terça-feira, 18 de agosto de 2009

Homenagem do Globo Rural para a melhor jornalista de Paraisópolis


Você conhece o poema Mulher ao cair da tarde, de Adélia Prado, esta bela senhora de cabelos brancos abraçada à jornalista Suely Gonçalves, a Sula, na foto ao pé da página? Vamos recordá-lo: 'Ó Deus, não me castigue se falo/minha vida foi tão bonita!/Somos humanos,/nossos verbos têm tempos,/não são como o Vosso, eterno'. Suely foi falar com Ele em maio. Seu imenso e generoso coração falhou no dia 29, deixando-nos - uma multidão de admiradores, entre parentes, amigos e colegas de trabalho - para sempre órfãos.

Os leitores hão de lembrar de seu texto leve, impregnado de emoção e poesia, das histórias de vida que eternizou nas páginas da revista, de personagens inesquecíveis como Seu Cutuba (Falou fubá, falou Cutuba); Zé Bagunça, o caixeiro-viajante; Bernardino, 'o rei do pinhão', que andava por aí plantando pinhões; os tropeiros João, José, Joaquim e Mestre Ditinho ('O dia em que o tempo parou') e o inventor Guerzoni Lopes ('Na mosca, Maiakóvski'). Sula era paulistana de nascimento mas foi registrada em Paraisópolis, sul de Minas Gerais, onde o pai, português, era hoteleiro e queria, de toda forma, que a filha fosse mineira. Aos 17 anos, mudou-se para São Paulo, onde se formou jornalista. Por muitos anos, trabalhou em jornais e revistas da capital e de São José dos Campos. Então, num belo dia, voltou de vez a Paraisópolis e fundou a Folha da Serra, jornal combativo, que marcou época na região. Em 2002, passou a escrever para nós, a convite do fotógrafo Ernesto de Souza, com quem trabalhara no jornal Agora, em São José dos Campos.

'O forte de Suely era sua sensibilidade. Era uma fotógrafa de almas e as descrevia numa linguagem mais literária que jornalística', diz o jornalista Roberto Wagner de Almeida, ex-colega no Agora. 'Sula era especial', resume Márcia Maria de Souza, amiga e companheira de tantos anos. 'Tudo que dizem dela é o que ela foi até os curtos e bem vividos 60 anos: a alegria, a luminosidade, o viço, a disponibilidade para o outro e uma curiosidade inesgotável para a vida.' A frase ao pé da página é parte de sua inesperada carta de despedida, escrita às vésperas da cirurgia a que se submeteu em abril. Nesta mesma carta, escreveu: '... me reservo o direito de escolher meu epitáfio (a frase destacada acima, da escritora francesa Marguerite Yourcenar): 'Todo aquele que viveu a aventura humana sou eu'.

'Gostaria, meus queridos, que vocês se lembrassem de mim como uma pessoa que amou a vida e a recebeu com tudo o que ela carrega de bom e de ruim. Tirei dela o que me foi possível e sinto que não a desperdicei'

Suely Gonçalves

Legenda da foto: A jornalista Suely Gonçalves (à esq.) e a escritora Adélia Prado, não por acaso, amigas: comunhão no afeto e na exaltação da vida


Fonte: Revista Globo Rural


domingo, 16 de agosto de 2009

Dois quilos de cocaína são apreendidos com menor de 15 anos em Paraisópolis

A realidade de Paraisópolis não é nada diferente do mundo quando se fala em drogas. É uma forma de manifestação degradante ao organismo que se proliferou absurdamente nos últimos anos, trazendo dependência, roubos, violência e mortes. No primeiro dia do mês de agosto por volta das nove e meia da noite, a Polícia Militar realizou uma busca nas bagagens de alguns passageiros do ônibus da empresa Pássaro Marrom encontrando dois tijolos de uma substância semelhante à cocaína.

O material estava com o menor A.G.M.A. de 15 anos, a quantidade é de aproximadamente dois quilos de cocaína, o menor estava vindo do estado de São Paulo e foi surpreendido no posto de Fiscalização Fazendária de Minas Gerais. O mesmo alegou que estava transportando a droga até a rodoviária de Paraisópolis em troca de R$500,00 (quinhentos reais).

O menor foi apreendido e levado a Delegacia de Polícia Civil da cidade, onde foi interrogado, juntamente acompanhado pela Conselheira Tutelar Eliane, autuado em flagrante e posteriormente o juiz concedeu o alvará de soltura para o menor responder o procedimento legal em liberdade. A suposta droga foi encaminhada a perícia para análise.

domingo, 2 de agosto de 2009

Elogios marcam a 11ª OPIS


“A melhor Opis de todos os tempos”, foi assim que Lucas Lopes Vieira, 25, mestrando da Unifei em Itajubá, descreveu a festa que terminou no último dia 26 de julho, a OPIS (Olimpíada de Paraisópolis de Inverno e Solidariedade). Como já de costume, o fechamento da festa ficou por conta do tradicional pagode, que acompanhou o tradicional almoço nas barracas. Milhares de pessoas prestigiaram o decorrer das atividades promovidas pelo evento. No dia 23, quinta, nem mesmo a chuva conseguiu tirar a motivação das pessoas que participaram do desfile de abertura pelas principais ruas da cidade. No sábado, 25, o show de Gian & Giovane reuniu cerca de dez mil pessoas na praça central da cidade.

A remodelagem da festividade agradou a grande maioria da população e também visitantes. Em relação demonstrada na comunidade Paraisópolis/MG do site de relacionamento Orkut. O único ponto negativo mencionado por quase todos que postaram neste tópico foi à falta de informação das datas e horários dos jogos, alguns ficaram sabendo dos jogos só depois de disputados, destacando também que o evento parecia começar apenas apartir do dia 23 de julho.

Comentários positivos focaram o acréscimo de uma semana para o evento esportivo, em contrapartida foi questionado pelos entrevistados, Julia Maria Costa Silva Pinto, 21, universitária em Jaguariúna e Romualdo José dos Santos, 26, professor nesta cidade, que o evento proporcionou emocionantes jogos com ótimas apresentações dos atletas, mas relembra que a maioria dos esportes disputados na Opis não tem incentivo na cidade. Júlia diz: “Achei ótima a idéia de colocar duas semanas de OPIS e mais modalidades. Porém acho que a cidade devia se empenhar mais no incentivo a prática dos esportes” [sic].

Romualdo ressalta ainda que a importância de incentivar os esportes apenas na Opis não leva o atleta do evento dar continuidade à prática, “é como a natureza nos mostra, não basta plantar a semente é necessário cuidar para que ela possa vingar e dar bons frutos” [sic]. Já para Lucas o que faltou na festa foi o tradicional quadro Caça Talentos, que buscava mostrar os talentos da cidade para os visitantes.

O desfile uniu e reuniu os voluntários e participantes de todas as equipes em um clima de harmonia e espírito solidário, o destaque ficou para o pequeno Joaquim, três anos e meio, que mesmo com a ameaça da chuva não desanimou e desfilou na ala dos esportistas chutando sua bola entusiasmando o público que o assistia. Mais uma vez a Opis conseguiu cumprir seu lema batendo um recorde de solidariedade e consagrando como festa do calendário da região sul mineira.